A música, como instrumento de representação das ações e emoções humanas, tem sido objeto de investigação filosófica desde o inicio da filosofia. Através dela, é possível refletir acerca da relação entre linguagem e arte, examinando, sobretudo a linguagem musical.
A linguagem musical pode ser compreendida como sucessivas combinações de sons, os quais de maneira singular, tornados música ou não enfatizam e fazem parte do dizer do mundo. Schopenhauer define a música como “linguagem do sentido”, sendo que esta expressa por meio de sons e de uma gramática rigorosa e articulada, àquilo que os filósofos exprimem por palavras. Pois, o íntimo dos sons não se relaciona com a razão, embora se sirva de elementos da razão, as palavras quando transformadas em melodias ou implícitas em alguma forma rítmica, estas deixam seu significado cognitivo (objetivo) e passam a assumir uma significação de sentido, denotando importância de emoções e sentimentos, matematizáveis e classificados dentro de uma escala e interpretação consensual e musical.
Desse modo, a importância dos sons, das palavras na evolução da linguagem musical é fundamental, pois a linguagem é em suma uma ordenação de sons compreendidos e interpretados mediante a capacidade racional e emocional de cada ser humano.
Contudo, sustenta Schpenhauer que é um erro a palavra assumir papel central na música. Para ele, o som é puro e mais originário, sendo que a palavra deve ser subordinada a ele. Nesse sentido então, a música é a linguagem mais universal e traduz da melhor forma o som que as próprias palavras. É possível compreender isso, pois as palavras são significações de conceitos, ao passo que a música antecede o conceito, tornando-se assim, um objeto universal capaz de expressar diretamente ao ouvinte o sentido (sentimento) da linguagem atuante.
Assim, a música reflete as emoções mesmas, ou seja, dor, alegria, espanto tranquilidade, entre outras, como se fossem entes abstratos, em que a fantasia, estimulada pelos sons, atua como um instrumento construtor do mundo, das imagens e sensações que representa, caracterizando assim uma universalidade própria da música. Sendo que a mesma é compreendida como conhecimento imediato das representações das palavras, já que a música exprime expressões do mundo através dos sons e da sonoridade, que faz com que nossa fantasia crie e recrie um mundo particular.
Referências Bibliográficas:
Barbosa, Jair. Florianópolis. Filosofia da Linguagem II. EaD/UFSC, 2011.
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