quarta-feira, 9 de outubro de 2013

A EDUCAÇÃO PARA NIETSZCHE


Nietzsche defende uma história ou educação a serviço da vida. Ele rejeita o que é denominado cultura histórica, isto é, o saber de uma mera erudição que se acumula no indivíduo sem interferir essencialmente no âmbito vital, e propõe uma forma de história que tenha utilidade para a vida.

Desde o inicio de sua trajetória filosófica, Nietzsche se preocupa com o fato de que as instituições de ensino acabam desencorajando a espontaneidade e ousadia em prol de uma massificação em que os alunos se preocupam mais em obedecer, e não avançam além dos padrões socialmente e culturalmente aceitos. Tal comportamento foi transmitido historicamente por meio de certos valores que constituem a moral do escravo ou rebanho. Um dos modos de transmissão dessa moral - que se preocupa muito mais com a domesticação do que em promover a criatividade e capacidade de superação – é a Educação.

Nietzsche observa que, as pessoas submetem-se mais às convenções do que ás suas próprias convicções. Por toda parte, encontram-se homens entediados, que se escondem atrás dos costumes e das opiniões alheias. E que, por preguiça e temor ao próximo, se comportam de acordo com as convenções seguindo a moda do rebanho. Mas para desprender-se e defender-se das virtudes do rebanho é necessário que os homens tomem consciência de que a primeira virtude é ousar ser ele mesmo. É preciso triunfar sobre si mesmo, isto é, sobre a natureza que lhe foi imposta e o tornou inepto para a vida. Pois, o homem moderno chegou a um estado de niilismo (vontade de nada), negação da vida. Para melhorar tem-se que querer tornar a vida como obra a ser criada, ou seja, tornar-se o artista em si mesmo.

Então, a tarefa da educação está relacionada à atividade de CRIAÇÃO que confere sentido à vida, sem o propósito de dominá-la. Pois o saber absorvido sem medida aparente pelo homem deixa de atuar como motivo transformador, não aflora e permanece escondido. A educação deve ser ancorada nas experiências da vida de cada indivíduo, em que "os modos de vida inspiram maneiras de pensar e os modos de pensar criam maneiras de viver”.

Como filósofo-educador Nietzsche repensou as questões de educação a partir das necessidades vitais (que não se resumem à sobrevivência), e não às do mercado de trabalho, criado para satisfazer as exigências do Estado e da burguesia mercantil. Para ele, a arte em lugar de dissecar a vida, é fonte de dissimulação. Quando a vida e a cultura estão separadas, a arte tem um papel fundamental: afirmar a vida em seu conjunto. Ela reforça certos traços, deforma outros, omite muitos outros, tudo em função da vida, da transfiguração do real. Em suma, a arte nos liberta, ao passo que a dura e cotidiana experiência do real nos submete.

 Esse estudo sobre Nietszche e a Educação foi feito para Aula Simulada de Filosofia da Educação, eu considero muito interessante e bem atual. 
  

Cf:
WU, Roberto – Filosofia da Educação - Florianópolis: Filosofia / EAD/2011.
http://www.cefetsp.br/edu/eso/filosofia/nietzscheeducacao.html. Acesso em 29/04/2011.

Nenhum comentário:

Postar um comentário