A perspectiva da hermenêutica filosófica em Gadamer se dá a partir da convergência de diversos expoentes filosóficos (Sócrates, Platão, Aristóteles e Hegel), condensando os elementos filosóficos destes autores, sendo caracterizada como ‘práxis’ onde conceito fundamental é o da compreensão.
Gadamer defende que a compreensão é o existencial humano, é estabelecer uma relação com o mundo do outro, esquematizada em vista da alteridade, mais como um diálogo em que esses mundos se entrecruzam. Ele defende a extensão, aonde o horizonte de cada um vai se modificando quando encontra o horizonte do outro.
Nesse sentido a compreensão passa a ser regra e não mais exceção. Toda atividade teórica ou prática tem que ter em vista àquele que compreende.
Para Gadamer compreender é estabelecer uma conversação, onde o instrumento de compreensão é a linguagem, pois uma conversação é alcançar a linguagem do outro e encontrar uma linguagem comum, isso se dá no diálogo, pois no verdadeiro diálogo não se pode planejar, nem dominar é o assunto do diálogo que faz com que os interlocutores caminhem em direção a compreensão, compreender nunca é abstrato.
A educação, nesse sentido segue o movimento da compreensão, que é histórico, nunca se completa, pois se caracteriza como a apropriação do passado na aplicação interpretativa da realidade concreta, determinada pelas possibilidades. Ela não pode ser compreendida dentro dos horizontes da metafísica que considera o ser como já dado – como sujeito cuja identidade se reduz na noção de consciência do sentido moderno.
A hermenêutica filosófica seria o saber originando pela finitude humana, pelo horizonte histórico que tem limitação e implica em limitações parciais, o horizonte do passado tem que atuar no horizonte presente. Esse saber seria então, um projeto a ser realizado. O ser humano produz-se a si próprio, é no agir que se torna alguém.
Cf:
WU, Roberto – Filosofia da Educação - Florianópolis: Filosofia / EAD/2011.
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